quarta-feira, 10 de junho de 2015

Evolução Humana ** 8º Ano

AS ADAPTAÇÕES DA ESPÉCIE HUMANA

As adaptações da espécie humana, Homo sapiens, foram surgindo e sendo selecionadas ao longo dos milhares de anos da evolução dos grupos ancestrais que nos deram origem.

As principais características da evolução humana são:
  •        Olhos na frente do crânio e visão estereoscópica, que permite melhor percepção de profundidade e, consequentemente de distância, tamanho e posição dos objetos. Além disso, tem a capacidade de enxergar em cores, o que auxilia na identificação dos objetos;
  •     Dedos longos e articulados, com o dedo polegar opositor, permitindo um controle refinado dos objetos;
  •      Postura ereta bípede, permitindo a locomoção usando somente os membros inferiores;
  •        Tamanho do cérebro três vezes maior que nos outros ancestrais hominídeos, permitindo a prática mais elaborada de atividades do dia a dia.


Origem e Evolução do Ser Humano

África, o berço da humanidade

É comum indagarmos sobre a nossa origem. Viemos mesmo dos macacos? Antigamente a pergunta era ouvida com desprezo e incredulidade, mas hoje é recebida com naturalidade.
A origem do ser humano - esse mamífero tão especial - deve ser analisada, pois o comportamento humano tem raízes num passado remoto, quando um ser meio macaco, meio humano ocupava as florestas e depois as savanas da África, onde devem ter surgido os primeiros ancestrais dos seres humanos.

Há milhões de anos, a África era coberta por densas florestas e macacos movimentavam-se em bandos. Terremotos, porém, modificaram a paisagem, fazendo surgir montanhas de até 3 mil metros de altitude ao longo do continente.

Essas modificações transformaram não só a paisagem como também o clima: as grandes elevações formaram uma barreira contra a passagem da umidade tão necessária à manutenção das florestas; conseqüentemente, as árvores escassearam, diminuindo as áreas de florestas, em parte substituídas por matas, savanas e desertos.

Há milhões de anos, a formação de montanhas muito altas impediu a passagem de correntes aéreas, ricas em umidade, da região litorânea para o interior. O litoral, mais úmido, manteve as florestas lá existentes, enquanto no interior a vegetação tornou-se escassa.
Posteriormente, outras modificações da crosta terrestre originaram um grande vale que, estendendo-se de norte a sul, funcionou como um obstáculo natural às populações animais que viviam no leste e no oeste.

Separados por essa barreira natural, grupos de macacos passaram a viver em lugares com condições ambientais diferentes, fato que propiciou o ambiente ideal à formação de uma nova espécie.

A formação de um longo e sinuoso vale (Vale da Grande Fenda, Tanzânia), há cerca de 12 milhões de anos, funcionou como uma grande barreira, impedindo a comunicação entre os animais de regiões diferentes.

Assim, o destino dos seres vivos que ficaram nessas novas regiões dependia da adaptação às novas condições do meio; se se adaptassem sobreviveriam; se não, pereceriam.

Separados por essa barreira natural, os indivíduos foram sofrendo pequenas modificações que, ao longo de muitas gerações, resultaram populações com características físicas e comportamentais diferentes em cada uma das regiões. Assim, alguns desses macacos do passado continuaram habitando as árvores das florestas remanescentes e originaram o orangotango, o gorila e o chimpanzé; outros, que ocupavam a região que se modificou, para poder sobreviver, abandonaram as árvores, aventuraram-se pelo chão e deram origem aos humanos.

Isso não se deu num passe de mágica, mas foram necessários milhões de anos em que, gradativamente, foram se acumulando modificações até se formar uma nova espécie: a humana.

A floresta primitiva apresentava grande variedade de folhas e frutos comestíveis, alimento farto e variado aos nossos antepassados que não precisavam deslocar-se a grandes distâncias para obtê-lo nem de horário certo para se alimentar. Viviam em bandos e saciavam a fome nos lugares por onde passavam.

Com as mudanças das condições ambientais escassearam as florestas e apareceram as savanas, e já não havia mais a mesma fartura de alimento. As espécies, então, iniciaram uma grande competição pelo alimento. Provavelmente alguns macacos se aventuraram fora do ambiente em que sempre tinham vivido, para procurar outras fontes de subsistência. Para sobreviver, modificaram os hábitos alimentares, pois a vegetação escassa forçava-os a procurar outros alimentos, levando-os provavelmente a especializar-se mais na caça de pequenos animais para complementar a sua alimentação.

Todas as modificações que ocorreram em seu organismo que os capacitaram a caçar com mais facilidade provavelmente foram mantidas, pois, caçando mais, teriam alimentação de melhor qualidade, e esse fator aumentaria as chances de sobreviver, ter filhos e transmitir as novas características às gerações futuras.

Seres da mesma espécie, quando se acasalam, dão origem a descendentes fertéis. O mesmo não acontece quando o cruzamento se dá entre animais de espécies diferentes.

Fisicamente, porém, havia um grande empecilho: não possuíam características de caçador. Não tinham presas desenvolvidas nem garras nem esqueletos que lhes permitissem locomover-se em pé, olhando por sobre o capim, com as mãos livres para empunhar paus, pedras e carregar o que coletavam. A caça de animais maiores tornava-se difícil... Algo deveria mudar.. . Teriam chances de sobreviver?

A evolução do ser humano 
O antropólogo Richard Leakey, em seu livro A origem da espécie humana, afirma que a primeira espécie de macaco bípede - o fundador da família humana - era fisicamente diferente dos macacos atuais e devia alimentar-se de talos, sementes, raízes, brotos e insetos, da mesma forma que fazem hoje os babuínos das regiões montanhosas da Etiópia. Talvez comesse animais que já encontrava mortos e, como os chimpanzés, usasse gravetos para desenterrar raízes ou espantar adversários.
Acredita-se que a partir desse animal, que viveu entre 5 e 7 milhões de anos atrás, surgiu a família humana.

Mas somente há 3 milhões de anos aproximadamente os hominídeos (espécies humanas ancestrais) proliferaram e deram origem a novos tipos: um deles a linhagem do Homo, que originou o homem moderno.

Entre esse ancestral e o ser humano atual - conhecido nos meios científicos como Homo sapiens sapiens - houve uma série de outros tipos.

Por meio dos fósseis sabemos que progressivas modificações determinaram um aumento da estatura e também do volume do cérebro. Este quase triplicou, passando de 500 para 1.400 centímetros cúbicos no homem atual. Como tudo isso aconteceu?

O ser humano originou-se pela seleção natural, o mesmo processo evolutivo que deu origem a todos os seres vivos.





 Fontes:
  • MORETTI, Renata. Ciências nos dias de hoje. 1ª ed. São Paulo: Leya, 2012. (8º ano).




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